Cirurgias em atraso no SNS. ULS vão pagar envio de doentes para o privado

por Rosa Azevedo - Antena 1

Foto: António Antunes - RTP

As unidades do SNS que não conseguirem recuperar as cirurgias em atraso vão ser obrigadas a pagar os custos do envio dos doentes para os sectores privado e social.

As entidades que não forem capazes de dar resposta a estas situações, até agosto do próximo ano, vão ter de suportar esta despesa através do próprio orçamento.

Os dados da Direção Executiva do SNS apontam para quase 70 mil doentes à espera de uma cirurgia além do tempo máximo de resposta garantido. O Ministério da Saúde vai passar a fatura para os administradores hospitalares.

Os administradores dos hospitais avisam que o Ministério da Saúde não pode avançar com esta medida sem dar as condições necessárias para garantir o atendimento dos doentes.

O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares diz que não se pode exigir sem resolver problemas conhecidos.
Xavier Barreto acrescenta que não basta acenar com dinheiro ou incentivos financeiros para operar mais doentes.
Há casos de hospitais que, tal como estão, não conseguem aumentar a capacidade de resposta em cirurgia.

O bastonário da Ordem dos Médicos considera injusto responsabilizar hospitais que não têm meios.

Carlos Cortes admite o princípio da responsabilização, mas só depois de uma avaliação hospital a hospital e não aplicado de forma cega.
O bastonário dá o exemplo do hospital Amadora-Sintra, onde é impensável pedir responsabilidades a um hospital quase sem cirurgiões.

E a situação no hospital Fernando da Fonseca pode ainda piorar até ao final do ano, com a saída de mais especialistas e cirurgiões.



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